A equidade de gênero tem ganhado força, gradativamente, em todos os setores da economia. Até mesmo na construção civil, que sempre foi – e continua sendo – uma atividade majoritariamente masculina. A cada ano, as mulheres aumentam sua presença nos canteiros de obras, nas mais variadas funções, sobretudo de liderança.
O dado oficial mais recente no País (RAIS 2021) aponta que a presença feminina no setor alcançou a marca de 10,85% do contingente total de trabalhadores contratados. Algo inédito – e talvez impensável até anos atrás. Eu que o diga.
Em 1994, quando ingressei no mercado, eram pouquíssimas as mulheres trabalhando no escritório. Alguns anos depois, já atuando como engenheira nos canteiros de obra, fui por muito tempo a única da equipe. Isso não era um incômodo para mim, pois sempre me senti acolhida e respeitada. Claro, já encarei muitos embates, mas acredito que eles fazem parte do ambiente corporativo.
Ser mulher na construção nunca foi um entrave para o meu crescimento profissional. Pelo contrário, esse convívio me trouxe imensos aprendizados e revelou mentores que enxergaram em mim habilidades que eu até então eu desconhecia. Acima de tudo, sempre gostei de gente, de cultivar relações e aprender com as diferenças. E isso pode ter feito muita diferença na minha trajetória.
Mas acredito que o que me trouxe até aqui, de fato, foram as competências que desenvolvi, a bagagem que conquistei e as oportunidades que abracei. A mais recente foi assumir a liderança da Urba, empresa de desenvolvimento urbano de uma das maiores holdings do setor de habitação na América Latina. Um enorme desafio para mim, além de me tornar a principal executiva de uma empresa desse porte, atuar em um novo segmento no meu currículo – muito diferente da minha experiência, até então, em uma construtora. Assim, mais uma vez, viram em mim as competências necessárias para assumir uma nova posição.
Fonte: CNN BRASIL
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